quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Manilhamento do Rio das Pedras - Imbuí


Por: Bianca de Albuquerque: 


 O Rio das Pedras é margeado pelos rios Cascão, Saboeiro, Cachoeirinha e Pituaçu. Sua foz é no bairro da Boca do Rio, cujo nome, segundo Luiz Eduardo Dórea, autor do livro “História de Salvador nos nomes das suas ruas”, foi originado devido a este fenômeno hídrico. 


 Em junho de 2009, a prefeitura deu início às obras de canalização do Rio das Pedras, e anunciou as obras no canal da Vasco da Gama. A fim de evitar o descumprimento das normas ambientais, o Ministério Público do Estado da Bahia determinou ao Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá) que não emitisse nenhuma autorização à Prefeitura de Salvador para o encapsulamento de qualquer canal na cidade, a começar pelas obras do Rio das Pedras.
Obras no canal do Rio das Pedras, Imbuí

 No entanto, não houve fidelidade às leis Estadual 10.432/06 e Federal 9.433/97, por não apresentarem estudos hidrológicos e de viabilidade ambiental que justificassem o projeto. O professor doutor Lafayette Dantas Luz, do departamento de Engenharia Ambiental da UFBA, explica que esse tipo de urbanização pode provocar, dentre outros fatores, a perda de benefícios ambientais que o próprio rio produz, como condução com as águas subterrâneas, dificuldade e custos mais altos de manutenção e limpeza, além de consequências hidráulicas de transferência dos alagamentos para outros locais. “A galeria fechada, criada com a cobertura dos rios, cria ambiente não ventilado, quente, úmido e sem presença de luz. Isso propicia o desenvolvimento de comunidades de animais e insetos indesejáveis, tais quais ratos e mosquitos. A tudo isso se soma o aprisionamento de gases. Em outro aspecto, a cobertura impedirá que espécies que podem compor a paisagem urbana, como pássaros e peixes, se beneficiem das águas”, cita o professor.

  O fechamento deste canal aumenta ainda a temperatura dos bairros Imbuí, Cabula, Stiep, Costa Azul, Boca do Rio, dentre outros. A Secretaria Municipal dos Transportes e Infra-Estrutura (Setin) alega que tal obra foi fruto de reivindicações da população, preocupada com alagamentos, doenças e outros transtornos.




Fontes: SANTOS, E. Caminho das Águas em Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes;

http://www.creaba.org.br/Artigo/300/Recursos-hidricos--Rios-sufocados.aspx

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